O MELHOR CAFÉ DO MUNDO A

De um folheto intitulado “Mundo Novo”, que publiquei em 17 de julho de 1957
transcrevo o seguinte:
“Um amigo contou-me que existe em Mato Grosso uma fazenda com o nome de
“Barro de Mundo N ovo”. E que no sul da Bahia, município de Caravelas, há uma
outra denominada “Barro Bom de Mundo Novo”. A fama das terras deste Município
corre mundo”. Contam que Luiz Carlos Prestes, ao passar a celebre coluna em Monte
Alegre, (1926), afirmou ali que as terras de Mundo Novo foram as melhores que ele
pisou no Brasil”. E o Engenheiro Alexandre Gois, no ano de 1903, em relatório apresen-
tado ao Governo Estadual, manifestou-se sobre os terrenos de Mundo Novo da seguinte
forma: “A opulência de sua zona está acima de toda e qualquer descrição que eu possa
tentar. As mais variadas culturas do Brasil ali se desenvolvem com incrivel proporções.
Encontre em Mundo Novo a terra roxa ou dioritico de Ribeirão Preto em São Paulo”.
E o “Diário de Notícias” de 4-4-66 afirma que o Ministerio da Agricultura considerou
os solos de Mundo Novo “como os melhores do Estado”. (Estas referências não cons-
tam do folheto referido). “Em São Paulo – continua o folheto – um dos tipos de café
mais preferidos chama-se “café Mundo Novo”.
Até aqui, palavras do folheto. Agora focalizemos o assunto: café. E... “café
Mundo Novo”. E comecemos por mais uma transcrição: do interessante jornalzinho mi-
meografado, “OLHO VIVO”, dos nossos jovens estudantes do “complexo Escolar Poli-
valente de Mundo Novo”. Vejamos o que diz “Olho vivo” ao pé da primeira página
do número mais recente que tem esta folha: não traz nem o número nem a data do mes-
mo. Vejamos: “Você que é proprietário rural, plante café pois o governo financia com
a maior facilidade e Mundo Novo está incluído no plano do governo. “Lembre-se
que já tivemos medalha de ouro internacional com o melhor café do mundo, em 1911
em Turim na Itália. “Vamos recuperar o tempo perdido. “A hora é esta. “Procure o
Banco do Brasil agência local para informações”.
Destaque-se: medalha de ouro internacional em 1911 em Turim na Itália. Estou in-
formado de que tal medalha existia, embora apenas simbolicamente, acompanhada do
diploma respectivo, em um quadro na Prefeitura, até bem poucos anos. E desapareceu!
E ninguém botou a boca no mundo protestando contra o sumiço da tal medalha! La-
mentável. Muito lamentável. Porque, embora apenas simbólica, tinha, pela sua significa-
ção, valor muito superior ao de uma medalha de ouro metálica. Pobre município de
terras ricas e famosas! Mas, afinal, que valha o fato que apresentamos às autoridades su-
periores e aos grandes agricultores de café Mundo Novo ou de Mundo Novo,
foi premiado como “o melhor café do mundo”. Isto significa que investir em agricultu-
ra de café neste município é negócio para valer!
Uma pergunta: aquêle “café Mundo Novo” um dos mais preferidos em São Paulo,
terá ido daqui, do “melhor café do mundo”, ou terá outra origem o nome “café
Mundo Novo”? Seja qual for a resposta a esta pergunta, o importante é isto: plantar
café em Mundo Novo é plantar no chão que produziu o melhor café do mundo!

Mundo Novo, 31-10-75
EULÁLIO MOTTA
A folha mede 173 milímetros de largura por 245 milímetros de altura. O papel é de baixa gramatura, alta lisura e se encontra amarelado. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis. O layout e simples, sem muitas variações de tipos e tamanhos de fontes, não há espaço especial entre parágrafos, mas simetricamente o texto está bem estruturado. Foram preservados sete exemplares desse panfleto.