NOSSA TELÉ...


Chove pouco em M. Novo...
Apenas borrifa o chão...
Aqui só não cessa a chuva
Na nossa televisão...
É piada e nada mais
A nossa televisão...
Com treme treme e chiando
Só nos taz irritação

Nosso bom televisor,
Sem termos televisão,
É mobília de enfeitar
Algum canto de salão...

Como esperança não morre,
Ha muita gente a esperar...
Ha muita gente afirmando
Que a coisa vai melhorar...

Dizem estes que prefeitos
De uma extensa região,
Incluindo Mundo Novo...
Vão nos dar televisão...
A folha mede 167 milímetros de largura por 305 milímetros de altura. O papel é de baixa gramatura, alta lisura e se encontra amarelado. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis. O layout é simetricamente organizado de modo que facilita a leitura dos versos. Aparece o nome Liota, junção de Eulálio e Motta utilizado apenas nos textos de tom humorísticos. Foram preservados 31 exemplares desse panfleto e há dois testemunhos manuscritos no Caderno diário de um João Ninguém II, ambos no acervo de Eulálio Motta.