AS MALVINAS...



Palpiteiros e palpites... estão surgindo aos punhados, embora muita água ainda tenha
de rolar debaixo da ponte.
Há os que fazem palpite baseado no poder do dinheiro. Do dinheiro que
compra votos. Comprar e vender votos são dois atos que se constituem da mesma substância:
indiginidade humana.
Lembro-me de um velhinho muito pobre que, há muitos anos, me contou, num
banco do jarrdim desta praça, como repeliu uma proposta de compra de seu voto. Assim:
─ Amigo, eu estou mesmo muito precisando de dinheiro porque sou muito pobre.
Mas o meu voto eu não vendo, “Meu voto eu só dou de graça.”
Formidável expressão de dignidade humana! Que pena eu não lhe ter tomado o no-
me para citá-lo aqui, em homenagem à sua pessoa à sua memória!
Arrogâncias... ameaças de transferências, de demissões... para quem não quiser ler pe-
la cartilha de quem está no poder! O povo está cansado de tudo isto! Sentindo a necessidade
de ser livre, de ser gente. Bicho é que se puxa pelo cabresto para onde não quer ir. Nosso
eleitor tem o direito de ser livre, de ser gente. Votar é ato de consciência. O eleitor é dono
de sua consciência. Deve votar em quem quiser, sem estar sujeito a transferência, demissões,
ameaças. Nosso Senhor JESUS CRISTO declarou: ─ “Daí a DEUS o que é de DEUS e a CESAR
o que é de CESAR.” E Ele mesmo, tanta importância deu a esta máxima que não obrigou
ninguém a seguir-lhe: “Quem quiser seguir-me, tome a sua cruz e siga-me” Olhe aí: - quem
quiser. O criador respeitando o direito de consciência da criatura! O vaqueiro não tem a obri-
gação de votar em quem votar o patroa. Porque votar é ato de consciência, e não de vaquei-
Rice. Ato de consciência não é do reino de Cesar, é do Reino de DEUS. Infelizmente há ho-
mens que parece se julgarem superiores a NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
Com DR. RAIMUNDO no poder, a família mundonovense sabe que pode estar
tranquila, com a certeza de que seus espôsos, esposas, filhos, irmãos, professores, médicos, fun-
cionários públicos não sofrerão veixames de ameaças de transferências ou demissões. Porque sue
candidato é humilde. “Manso e humilde de coração.”
Aos que dizem que contam com dinheiro, com poderes estaduais e, até, federais, po-
demos responder que contamos com o AMOR DO POVO ao seu candidato, cuja residência
tem as portas abertas a todos, não sendo vedada a entrada a qualquer eleitor, a qualquer amigo,
por mais humilde que seja. A propósito, não quero terminar este comentário sem contar a
vocês o que aconteceu, um dia desses na residência do candidato do povo:
Dois caras se apresentaram, com a mais estaparfúdia e cínica proposta que se possa
imaginar. Vejamos: ─ “Dr. viemos aqui para pedir ao Sr. que compre nossos votos.”
Surpreendido, chocado, perplexo, DR. RAIMUNDO respondeu:
─ “Amigos, para comprar votos eu precisaria de uma coisa que não possuo: indigni-
dade humana!” Se precisarem de mim, para qualquer coisa, disponham. “comprar votos, não!”
E logo saíram, cabis-baixos, os dois pobres diabos!
Compra de votos... O povo está enjoado! Não precisamos cometer esta infâmia.
contamos com o amor do povo ao seu candidato e a dedicação das “MALVINAS.”
─ MALVINAS? Que significa isto?
Explico: deram este apelido, talvez algum adversário, com espírito de crítica, aos
grupos de senhoras e senhoritas que estão indo, de vila em vila, de arraial em arraial, de casa
em casa de eleitores, não apenas pedir votos, mas, principalmente catequisar sobre a dignidade
do voto, convencer que eleitor que tem consciência não vende seu voto a ninguém.
Se houver má intenção de quem lançou tal apelido, saiu o tiro pela culatra, porque
elas gostaram e o adotaram.
MALVINAS queridas – dei este título a este comentário, em homenagem a vocês.
Espero, ansioso, o momento de ver vocês desfraldando a bandeira da vitória! Bandei-
ras azul e branca da paz e da concórdia. Bandeira azul e branca de nossa Padroeira que, certa-
mente nos ajudará a reconquistar a tranquilidade da família mundonovense.


MUNDO NOVO (BA), maio de 1982
EULÁLIO MOTTA

A folha mede 190 milímetros de largura por 320 milímetros de altura. O papel é de baixa gramatura, alta lisura e se encontra amarelado. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis. O layout é simples e há uma moldura em volta da mancha escrita. As linhas são longas e não há espaço especial entre os parágrafos. Foram preservados cinco exemplares desse panfleto.