NO DECIMO PRIMEIRO ANIVERSÁRIO


IIº aniversário da Revolução Brasileira. Primeiro aniversário da segunda
década. A primeira foi vivida galhardamente, levando facilmente de vencida
as tentativas dos saudosistas no sentido de fazer voltarmos à vergonhosa, des-
moralizante, deprimente e perigosíssima situação que antecedeu o 31 de março
de 1964. As tentativas de desmoralizar a Revolução com greves e quebra-que-
bras foram estancadas com os Atos Institucionais que se tornaram pilastras, a-
licerces, garantia de permanência do Poder Revolucionário. Mas os saudosis-
tas, embriagados de liberalismo superado, suicida, não perderam a esperança
de, mais hoje, mais amanhã, exterminarem as pilastras, o sustentáculo da Re-
volução que são os Atos Institucionais, especialmente o Ato Institucional nº 5
que, como tão bem afirmou Garrastazu Médice, só pode preocupar e incomo-
dar aos mal intencionado, aos que querem liberdade de perturbar, de fazer
greves desmoralizantes, de desrespeitar o princípio de Autoridade.
O AI-5 é uma garantia de ordem, de paz, de tranquilidade para a Na-
ção e de respeito interno e externo para o Brasil. A liberdade justa, razoá-
vel, honesta; a liberdade do conceito cristão da Pessoa Humana, esta é e será
garantida e defendida pelo Poder Revolucionário brasileiro. Sem o AI-5, a
cachaça liberal faria voltar a bagunça, a anarquia e, consequentemente, a pe-
rigosa possibilidade de se ver a Nação amordaçada por algum golpe totalitário de
direita ou de esquerda. Não percamos de vista o fato de que há liberdade de com-
cepção liberal e liberdade de concepção cristã. A liberdade do liberalismo é
instrumento de introdução e execução de golpes totalitários. É liberdade li-
berticida. É preciso que esta distinção seja feita, expressa, esclarecida com
muita nitidez ao povo, para evitar que este acabe se deixando levar pelo canto
de sereia das raposas liberais. Infelizmente a Revolução não tem feito traba-
lho de doutrinação, de politização do povo, de ensinamento dos princípios,
da doutrina, da filosofia da Revolução. Depois de onze anos vividos, não sei
da publicação de ninhum livro de doutrina revolucionária! Urge que isto seja
feito para que o povo, com conciência revolucionária, não se deixe ser pre-
sa de liberais demagogos anacrônicos, manejados por agitadores totalitários
com diplomas de cursos em Moscou, Havana ou Pekim. É preciso salvar a
liberdade da Pessoa Humana, evitando a liberdade liberticida de liberais ino-
centes úteis, nem sempre inocentes.
Acho que seja erro se declarar partido A ou B como partido da Revolu-
ção: porque, assim, as fraquezas e derrotas partidárias inevitáveis, podem dar
a impressão de fraquezas e derrotas da Revolução. É preciso que o Poder
Revolucionário seja super-partidário, esteja acima das injunções político-par-
tidárias. Que os dois partidos existentes e mais um ou uns que porventura
surjam, sejam todos de apoio à Revolução, cooperadores da Revolução. Que
no campo de ação dos partidos não se inclua o direito de atacar os pilares
do Poder Revolucionário, que são os Atos Institucionais, principalmente, re-
pito, o Ato Institucional nº 5.
Neste IIº aniversário da Revolução, há motivos para se sentir receio de
que os saudosistas, com eleições de eleitores não politizados, não doutrinados,
não conscientes, acabem conseguindo fazer brechas nos alicerces do poder Re-
volucionário, pondo em perigo a obra magnífica que vem realizando a Re-
volução, em ordem, em paz, em tranquilidade.
Resta a esperança de que o patriotismo auténtico do soldado brasileiro
não permitirá que os saudosistas consigam fazer brehcas na união sagrada das
gloriosas forças armadas do Brasil!União que poderá ir-se enfraquecendo
se as doutrinas da Revolução não forem levadas à juventude brasileira, con-
quistando a sua inteligência, a sua compreensão, o seu apoio, a sua dedicação
o seu entusiasmo! Juventude estudantil, juventude operário, juventude campo-
neza! Que a Revolução e a Juventude se entendam e, unidas, lutem para ex-
terminar as velharias liberais e os perigos totalitários,
Pelo bem do Brasil!
Mundo Novo Bahia, 31.3.75
EULÁLIO MOTTA
A folha mede 160 milímetros de largura por 260 milímetros de altura. O papel é de gramatura e lisura medianas, e se encontra amarelado. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis. O layout é simples, sem muitas variações de tipos e tamanhos de fontes, não há espaço especial entre parágrafos, mas simetricamente o texto está bem estruturado. Foram preservados dez exemplares desse panfleto.