RECORDAÇÃO DE MONTE ALEGRE


Monte da Santa Cruz do Monte Alegre!
Contemplo-te de longe...
com uma vontade enorme
de te ver de perto,
para recordações:
de quando te vi
pela primeira vez,
há mais de meio século,
em uma sexta-feira da Paixão...


Penso na tua imutabilidade:
és o mesmo monte,
com as mesmas pedras
e curvas do caminho...
com aquele mesmo “abismo das alturas...â€
aquela mesma paisagem deslumbrante...
aquela mesma beleza de horizonte.


Todavia,
como tudo mudou, Monte Alegre querido!
até teu nome
que não lembra mais o teu monte,
que não faz lembrar teus peregrinos
nas tuas sextas-feiras da Paixão!


Recordar, às vezes,
Gente querida que se conheceu
e que já não existe.
Cel. Olegário Mascarenhas,
a bondade em pessoa.
D. Glafira – anjo em foram de mulher...
E aquele encanto de menina
que era Ivete e que foi embora
tão depressa!

A folha mede 160 milímetros de largura por 260 milímetros de altura. O papel é de baixa gramatura e alta lisura, e se encontra amarelado. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis. O layout é simples sem muitas variações de tamanho e tipo de fonte. A mancha escrita está envolvida numa moldura. Constam notas indicando a origem do texto (do livro inédito Luzes do crepúsculo) e sua futura publicação no livro Canções do meu caminho; comentário de Jorge Amado; e explicação sobre o nome da cidade de Monte Alegre. Foram preservados vinte e seis exemplares desse panfleto.